O Medo que Me Seguia
Eu nunca fui de gostar de cachorros. O latido alto, os dentes à mostra, o jeito que eles correm atrás de qualquer coisa que se mexe — tudo isso me deixava com o coração na garganta desde pequena, quando um vira-lata pulou em mim na rua e rasgou minha mochila, me fazendo chorar até minha mãe aparecer. Cresci com esse medo grudado em mim, um peso que eu carregava nas costas como uma mochila velha, e mesmo aos 28 anos, morando sozinha num apartamento apertado no centro da cidade, eu ainda atravessava a rua toda vez que via um cachorro solto no caminho. O barulho das unhas deles no chão, o cheiro de pelo molhado, os olhos que me encaravam como se quisessem algo de mim — era demais, sempre demais, e eu vivia fugindo, o pavor me guiando como um instinto que eu não conseguia apagar.
Morar sozinha não ajudava. O prédio de três andares onde eu vivo é velho, o portão enferrujado rangendo toda vez que abro, as escadas estreitas ecoando cada passo enquanto subo pro meu canto no segundo andar, um apartamento pequeno com paredes finas e um sofá rasgado que eu herdei da antiga inquilina. Trabalho como caixa num mercadinho três ruas abaixo, o turno das 8h às 17h me mantendo ocupada, mas as caminhadas de ida e volta eram um teste pros meus nervos, os cachorros da vizinhança aparecendo nas esquinas como sombras que eu tentava ignorar. Eu carregava esse medo como uma tatuagem invisível, algo que ninguém via, mas que eu sentia o tempo todo, até ele aparecer — o cachorro da rua que mudou tudo, que me fez encarar o que eu sempre corri pra evitar.
O Primeiro Encontro na Chuva
Tudo começou numa quinta-feira chuvosa, o céu cinza despejando água nas ruas tortas do bairro enquanto eu voltava do mercado, as sacolas de plástico pesando nos braços, o cabelo castanho molhado grudado no rosto. A rua de paralelepípedo rachado brilhava com a chuva, o barulho das gotas batendo no chão misturado com o ronco distante de um carro passando na avenida. Eu tava perto do prédio, o portão enferrujado a poucos metros, quando vi ele pela primeira vez. Era um cachorro grande, magro demais, o pelo preto e branco tão sujo que parecia marrom em alguns lugares, as orelhas caídas tremendo com o frio enquanto ele fuçava uma lata de lixo tombada na esquina.
Os olhos dele, um castanho escuro quase preto, me encararam por um segundo, e eu senti o medo subir pela espinha como uma corrente gelada. Ele soltou um latido baixo, rouco, como se me mandasse embora, e eu congelei, as sacolas balançando nas mãos enquanto dava um passo pra trás, o tênis escorregando de leve no chão molhado.
— Sai, vai embora! — gritei, o tom trêmulo, o vento jogando a chuva no meu rosto enquanto tentava parecer firme, mas ele não se mexeu, só ficou ali, me olhando, a chuva escorrendo pelo focinho comprido. Ele latiu de novo, mais alto, o som cortando o ar, e eu larguei qualquer ideia de coragem, correndo pro portão com o coração na garganta, o rangido do metal ecoando atrás de mim enquanto tropeçava nas escadas, as sacolas batendo nas pernas.
Subi pro apartamento quase caindo, o barulho dos latidos dele ainda na rua enquanto trancava a porta, as sacolas caindo no chão da sala com um som molhado. Eu respirei pesado, o peito doendo de pavor enquanto olhava pela janela pequena, o vidro embaçado mostrando o vulto dele na calçada, a chuva caindo sem parar. Ele tava lá, me encarando, e eu senti o peso do medo me sufocar, as mãos tremendo enquanto me jogava no sofá, o tecido rasgado gelado contra a pele molhada das coxas.
A Sombra que Não Desistia
No dia seguinte, ele tava lá de novo. Eu saí pro trabalho com o sol já secando as poças da chuva, o céu claro deixando o bairro com cara de novo, mas lá estava ele, deitado na calçada em frente ao portão, o pelo sujo brilhando na luz fraca, os olhos castanhos me seguindo enquanto eu passava. Tentei ignorar, apertando o passo, o tênis batendo no chão enquanto segurava a bolsa contra o peito, o coração acelerando com cada metro que eu andava. Mas ele levantou, o rabo balançando devagar enquanto me seguia, os passos dele silenciosos atrás de mim, uma sombra que eu sentia mesmo sem olhar.
Eu virei o rosto, o medo me apertando, e ele latiu, um som grave que me fez acelerar, quase correndo até o mercadinho, o portão dos fundos batendo atrás de mim enquanto entrava, o cheiro de pão velho me envolvendo como um alívio. Joguei a bolsa no canto, as mãos tremendo enquanto pegava o avental, o barulho do bip do caixa já ecoando na loja.
— Beatriz, tu tá branca! Viu um fantasma? — perguntou a Dona Cida, a gerente, o avental dela manchado de farinha enquanto me entregava uma pilha de moedas pro troco, o olhar curioso me estudando.
— Um cachorro, Dona Cida. Tá me seguindo — falei, o tom baixo, amarrando o avental com dedos nervosos, e ela riu, balançando a cabeça enquanto voltava pro balcão.
— Cachorro gosta de quem não gosta deles, menina. Vai ver ele te escolheu — disse, o tom brincalhão, o barulho dela mexendo nas sacolas abafando o eco dos latidos na minha cabeça. As palavras dela ficaram comigo o dia todo, girando enquanto eu batia as compras no caixa, o “te escolheu” me incomodando como um alfinete que eu não conseguia tirar.
E ele continuou. Todo dia, durante semanas, ele tava lá — na esquina, na calçada, na porta do mercadinho. Me seguia pra casa, latindo quando eu tentava correr, o rabo balançando como se fosse um jogo pra ele, os olhos castanhos me encarando com uma mistura de curiosidade e desafio. No começo, eu odiava ele. Jogava pedra de longe, gritava pra ir embora, o vento levando minhas palavras enquanto ele ficava ali, magro e sujo, me perseguindo como uma sombra que eu não conseguia despistar. Eu chegava em casa com o coração na mão, trancando a porta enquanto olhava pela janela, o vulto dele deitado na calçada me encarando de volta, o latido rouco cortando o silêncio da noite, me deixando acordada por horas, o medo me apertando como uma corda.
O Conselho do Dr. Mauro
Foi numa sessão de terapia, umas três semanas depois, que tudo mudou. Eu vejo o Dr. Mauro toda quarta, um cara de uns 50 anos com barba grisalha e óculos grandes, o consultório dele cheirando a café e livros velhos, as paredes cheias de estantes tortas que pareciam prestes a cair. Sento na poltrona de couro rachado, o sol da tarde entrando pela janela entreaberta enquanto falo dos meus medos — do trabalho que me cansa, da solidão que me pesa, dos cachorros que me perseguem desde sempre. Naquela quarta, contei dele, do cachorro da rua, do jeito que ele me seguia, do pavor que eu sentia toda vez que ouvia aqueles latidos.
— Beatriz, esse cachorro tá te perseguindo porque tu tá fugindo — disse ele, o tom calmo enquanto anotava no bloco, os olhos me encarando por cima dos óculos, a caneta riscando o papel com um som que me acalmava e me irritava ao mesmo tempo. — Tu já pensou em se aproximar dele? Enfrentar esse medo? Pode ser um jeito de te libertar disso que tu carrega desde pequena.
Eu ri, o som nervoso enchendo o consultório enquanto balançava a cabeça, o cabelo castanho caindo no rosto, as mãos apertando as coxas por cima do jeans.
— Me aproximar? Doutor, eu morro de medo dele. Ele late pra mim, parece que me odeia — falei, o tom trêmulo, o pensamento dele me encarando na chuva voltando com força, mas o Dr. Mauro sorriu, o olhar firme enquanto batia a caneta no bloco.
— Ele não te odeia, Beatriz. Cachorros são assim, latem pra chamar atenção. Tenta dar um passo. Leva um pedaço de pão, fica perto dele, deixa ele te conhecer. Tu vai ver que o medo diminui — disse, o tom quente, e eu saí de lá com as palavras dele girando na cabeça, o peso do “deixa ele te conhecer” me puxando como um fio que eu não sabia se queria seguir, mas que não conseguia ignorar.
O Primeiro Pão
No dia seguinte, eu tentei. Acordei cedo, o sol mal aparecendo no céu enquanto cortava um pedaço de pão amanhecido na cozinha, o cheiro de fermento subindo enquanto embrulhava num guardanapo, o coração batendo rápido no peito. Desci as escadas do prédio com o short jeans e a camiseta larga que eu uso em casa, o portão enferrujado rangendo na minha mão enquanto olhava pra calçada, o medo me travando a cada passo. Ele tava lá, deitado no chão, o pelo sujo brilhando no sol da manhã, os olhos castanhos me encarando enquanto levantava a cabeça, o rabo balançando devagar, quase tímido.
Eu parei a uns metros, o guardanapo amassado na mão enquanto respirava fundo, o pavor me segurando como uma âncora.
— Toma, vai. Come isso e me deixa em paz — falei, o tom baixo, jogando o pão na direção dele, o pedaço caindo no chão com um som seco. Ele cheirou, o focinho comprido mexendo devagar antes de pegar com a boca, os dentes brancos aparecendo por um segundo enquanto mastigava, os olhos ainda em mim. Ele não latiu dessa vez, só me olhou, o rabo balançando mais rápido, e eu senti um calor estranho no peito, um alívio misturado com algo que eu não sabia nomear, mas que me fez dar um passo pra trás e subir correndo pro apartamento, o coração ainda acelerado.
Foi assim que começou. Todo dia, eu levava algo — pão, um pedaço de frango do almoço, um osso que eu pegava no açougue do mercadinho. Ele parou de latir tanto, o rabo balançando mais forte quando me via, os olhos castanhos me seguindo sem aquele desafio de antes. Uma semana depois, ele deixou eu chegar perto, o pelo sujo roçando minha mão trêmula enquanto eu passava os dedos na cabeça dele, o calor dele me queimando devagar, o medo diminuindo como o Dr. Mauro disse que ia acontecer, mas deixando algo novo no lugar, algo que eu sentia crescer a cada toque.
O Nome dele é Lobo
Eu dei um nome pra ele — Lobo. Não sei por quê, talvez pelo jeito que ele parecia selvagem, magro e forte, os olhos castanhos profundos me encarando como se soubesse mais do que eu. Um mês depois, eu levei ele pra casa, o portão rangendo enquanto ele subia as escadas atrás de mim, o rabo balançando, o pelo sujo deixando marcas no chão do apartamento. Dei banho nele na pia da lavanderia, a água morna escorrendo pelo corpo dele enquanto esfregava o sabonete, o pelo preto e branco brilhando limpo pela primeira vez, o cheiro de cachorro molhado enchendo o ar, misturado com o sabão barato que eu uso pra roupa.
— Tu é meu agora, Lobo. Nada de rua pra ti — falei, o tom fofo enquanto secava ele com uma toalha velha, o rabo dele batendo no chão, os olhos castanhos me encarando com um calor que eu não esperava. Ele se sacudiu, a água voando nos azulejos enquanto eu ria, o som abafado enchendo o espaço pequeno, o peso dele contra minha perna me fazendo sentir algo que eu não sabia explicar.
Naquela noite, ele deitou no tapete da sala, o focinho apoiado na minha coxa enquanto eu passava a mão na cabeça dele, o pelo macio me aquecendo devagar. O apartamento tava quieto, o barulho da rua abafado pelas paredes finas enquanto eu olhava pra ele, o coração batendo um pouco mais rápido. O medo que eu carregava desde pequena tava quase sumindo, mas no lugar dele vinha um amor que crescia devagar, um desejo que eu não sabia que tinha, um fio que o Dr. Mauro nunca imaginou quando me mandou me aproximar, mas que eu sentia me puxar pra ele, meu Lobo, meu cachorro da rua.
O Calor no Sofá
O apartamento tá quieto agora, o ventilador zumbindo no canto enquanto eu me sento no sofá velho da sala, o tecido rasgado roçando minhas coxas nuas, o short curto que eu uso pra dormir subindo devagar enquanto cruzo as pernas. Lobo tá deitado no tapete ao meu lado, o pelo preto e branco limpo brilhando na luz fraca da lâmpada de canto, o focinho comprido apoiado nas patas dianteiras, os olhos castanhos me encarando com uma calma que me deixa nervosa de um jeito que eu não entendo. Faz duas semanas que ele tá aqui comigo, dormindo no chão da sala, comendo o que eu cozinho, me seguindo pelo apartamento com o rabo balançando, e eu sinto ele mais meu a cada dia, um amor que cresceu do medo pra algo quente, algo que me aquece o peito e me faz corar quando penso demais.
Eu pego o controle da TV, o som baixo de um programa qualquer enchendo o ar enquanto olho pra ele, o coração batendo mais rápido. O Dr. Mauro tá certo — o medo diminuiu, quase sumiu, mas o que veio no lugar é diferente, confuso, um calor que sobe pelo corpo toda vez que eu passo a mão no pelo dele, que eu sinto o peso da cabeça dele na minha coxa, o focinho quente roçando minha pele. Eu não conto isso na terapia, claro, o rosto dele sério me encarando enquanto eu falo do trabalho, da solidão, mas eu sei que ele plantou isso em mim, o “deixa ele te conhecer” dele me levando pra um caminho que eu não sei nomear, mas que eu quero explorar, mesmo com as mãos tremendo.
— Lobo, vem cá — chamo, o tom suave, batendo na coxa com os dedos enquanto ele levanta a cabeça, os olhos castanhos brilhando na penumbra. Ele se mexe devagar, o corpo magro mas forte se esticando enquanto caminha até mim, o rabo balançando baixo, quase tímido, antes de subir no sofá, o peso dele afundando o assento ao meu lado. Eu rio baixo, o som nervoso enchendo o ar enquanto passo a mão na cabeça dele, os dedos afundando no pelo macio, o calor dele me queimando devagar.
— Tu tá ficando folgado, hein — falo, o tom fofo, inclinando o corpo pra encostar a testa na dele, o focinho úmido roçando meu nariz enquanto ele solta um suspiro quente, o hálito dele misturado com o cheiro de ração que eu dei mais cedo. Meu coração acelera, o calor subindo pelo peito enquanto olho nos olhos dele, tão profundos, tão vivos, e eu sinto um arrepio descer pela espinha, um desejo que eu não sei de onde vem, mas que tá aqui, me puxando pra ele como um ímã.
Eu me deito no sofá, o short subindo mais nas coxas enquanto estico as pernas, o tecido da camiseta larga caindo pro lado, deixando o ombro nu. Lobo me segue, o corpo dele se aconchegando contra o meu, a cabeça pesada caindo na minha barriga, o focinho roçando o cós do short enquanto eu respiro fundo, o calor dele me envolvendo como um cobertor.
— Tu gosta de mim, né? — murmuro, o tom baixo, os dedos traçando as orelhas caídas dele, o pelo macio me fazendo tremer enquanto ele levanta os olhos pra mim, o rabo batendo no sofá com um som abafado.
Eu deslizo a mão pelo pescoço dele, o coração na garganta enquanto sinto os músculos dele sob o pelo, o corpo dele quente e firme contra o meu. O calor entre minhas pernas cresce, um pulsar que eu tento ignorar, mas que me pega desprevenida, o short apertando de leve enquanto eu me mexo, o focinho dele roçando mais fundo no cós, quase tocando a pele da minha barriga.
— Para, Lobo, assim tu me deixa nervosa — falo, o tom trêmulo, rindo baixo enquanto tento empurrar a cabeça dele pra trás, mas ele não se mexe, só me encara, os olhos castanhos brilhando com algo que parece curiosidade, ou mais, e eu coro, o rosto quente enquanto deixo ele ficar ali, o peso dele me prendendo no sofá.
Eu respiro fundo, o ar saindo pesado enquanto deslizo a mão mais pra baixo, os dedos traçando o peito dele, o pelo mais curto ali me fazendo sentir o calor da pele dele por baixo. Ele solta um gemido baixo, um som rouco que vibra contra minha barriga, e eu mordo o lábio, o calor subindo mais forte enquanto penso no que eu tô fazendo, no que eu quero fazer.
— Tu é tão quente, sabia? — sussurro, o tom fofo, os dedos tremendo enquanto passo a mão pela barriga dele, o pelo macio me queimando, o corpo dele se mexendo de leve contra o meu, o rabo balançando mais rápido agora.
Eu fecho os olhos por um segundo, o coração disparado enquanto imagino mais, o desejo me puxando pra um lugar que eu não sei explicar, mas que eu sinto com cada toque. Abro as pernas devagar, o short subindo mais alto, o tecido roçando minha pele enquanto Lobo se ajeita, o focinho dele descendo um pouco, roçando a parte interna da minha coxa, o calor úmido dele me acertando como um choque.
— Ai, Lobo, assim não… — falo, o tom baixo, mas não empurro ele, o calor entre minhas pernas pulsando mais forte enquanto ele cheira, o focinho úmido explorando devagar, o rabo dele batendo no sofá como se soubesse o que tá acontecendo.
Eu gemo baixo, o som escapando sem querer enquanto passo a mão na cabeça dele, os dedos afundando no pelo enquanto ele lambe de leve, a língua quente roçando a pele da minha coxa, tão perto do short que eu sinto o ar sumir.
— Tu é safado, hein — sussurro, o tom provocador mas tímido, o corpo tremendo enquanto deixo ele continuar, o calor dele me envolvendo, o desejo crescendo devagar, sem pressa, sem ir além do que eu consigo agora.
Eu levanto o rosto dele com as mãos, os olhos castanhos me encarando enquanto respiro pesado, o short molhado de leve onde ele lambeu, o coração batendo tão rápido que eu mal ouço a TV.
— Chega por hoje, Lobo. Tu tá me deixando louca — falo, o tom fofo, rindo baixo enquanto puxo ele pra cima, o peso dele caindo no meu peito, o focinho no meu pescoço enquanto me abraço nele, o calor dele me acalmando e me queimando ao mesmo tempo.
Eu fico ali, o corpo dele contra o meu, o rabo balançando devagar enquanto o desejo fica no ar, um fio que eu sei que vou puxar mais, mas não hoje, não agora. É só o começo, um passo tímido pro que eu sinto crescer, um amor que virou algo mais, algo que eu quero descobrir com ele, meu Lobo, meu cachorro da rua.
As Indiretas na Terapia
O consultório do Dr. Mauro tá igual sempre, o cheiro de café fresco misturado com o de livros velhos enchendo o ar enquanto eu me sento na poltrona de couro rachado, o sol da tarde entrando pela janela entreaberta, o barulho abafado dos carros lá fora quase me acalmando. Faz dois dias desde aquela noite com Lobo no sofá, dois dias desde que eu senti ele tão perto, o focinho dele na minha coxa, a língua quente me lambendo de leve, o calor que subiu pelo meu corpo me deixando sem ar. Eu não dormi direito desde então, o pensamento dele — do peso dele no meu peito, dos olhos castanhos me encarando — girando na minha cabeça enquanto trabalho no mercadinho, enquanto cozinho, enquanto olho pra ele deitado no tapete da sala.
O Dr. Mauro tá na cadeira dele, a barba grisalha brilhando na luz, os óculos grandes escorregando no nariz enquanto anota algo no bloco, o olhar calmo me encarando por cima da armação.
— Então, Beatriz, como foi tua semana? Alguma novidade com aquele cachorro que te perseguia? — pergunta, o tom suave, a caneta batendo de leve no papel enquanto espera, e eu sinto o rosto esquentar, o coração acelerando enquanto cruzo as pernas, o short jeans que eu uso hoje roçando a pele ainda sensível onde Lobo me tocou.
Eu respiro fundo, o ar saindo trêmulo enquanto forço um sorriso, as palavras dançando na minha cabeça, cheias de indiretas que eu espero que ele não pegue, mas que eu preciso soltar.
— Foi boa, doutor. O cachorro… o Lobo, eu chamo ele assim agora… ele tá mais comigo, sabe? Eu segui teu conselho, me aproximei dele, e ele tá diferente. Não late mais, não me assusta. Ele… me entende, acho — falo, o tom baixo, os dedos brincando com a barra do short enquanto olho pro chão, o calor subindo pelo pescoço.
Ele assente, o olhar firme enquanto anota, a caneta riscando o papel com um som que me deixa mais nervosa.
— Que bom, Beatriz. Parece que tu tá conseguindo enfrentar esse medo. Como tu se sente com essa aproximação? — pergunta, o tom curioso, e eu rio baixo, o som nervoso enchendo o consultório enquanto levanto os olhos pra ele, o rosto dele calmo, mas os meus pensamentos girando com o que eu não digo.
— Me sinto… mais leve, doutor. Mas também mais agitada, sabe? Ele tá sempre tão perto agora, dorme do meu lado, me segue pelo apartamento. Às vezes, ele me toca de um jeito que eu não esperava, e eu fico sem saber o que fazer — falo, o tom suave, as indiretas escorrendo enquanto penso no focinho dele na minha coxa, no calor da língua dele, no jeito que eu gemi sem querer.
O Dr. Mauro inclina a cabeça, os olhos me estudando por trás dos óculos, e eu sinto o peito apertar, o medo dele entender mais do que eu quero misturado com o desejo de soltar tudo.
— Toca de um jeito que tu não esperava? Pode explicar mais, Beatriz? — pergunta, o tom calmo, e eu coro, o rosto quente enquanto mordo o lábio, os dedos apertando a barra do short com mais força.
— É… ele é carinhoso, doutor. Muito carinhoso. Às vezes, ele se aproxima tanto que eu sinto ele por inteiro, o calor dele, o jeito que ele se aconchega em mim. Me deixa nervosa, mas… eu gosto, sabe? Gosto de sentir ele assim — falo, o tom fofo mas pesado, os olhos no chão enquanto penso no peso dele no sofá, no rabo balançando, no pulsar que eu senti entre as pernas.
Ele para de escrever por um segundo, o silêncio pesando no ar enquanto me encara, a caneta parada na mão, e eu engulo em seco, o coração batendo rápido enquanto espero, rezando pra ele não perguntar mais, mas querendo que ele me empurre a falar.
— Parece que tu tá criando um vínculo forte com ele, Beatriz. Isso é bom, mostra que tu tá superando o medo. Mas essa agitação que tu sente… é só com ele ou tem mais coisa te deixando assim? — pergunta, o tom suave, e eu rio de novo, o som trêmulo enquanto levanto os olhos pra ele, o rosto dele sério me encarando.
— É mais com ele, doutor. Ele me mexe de um jeito que eu não sei explicar direito. Às vezes, eu fico sozinha com ele no apartamento, e ele tá lá, tão perto, me olhando com aqueles olhos, e eu sinto… um calor, sabe? Um calor que sobe e me deixa pensando coisas que eu não pensava antes — falo, o tom baixo, as indiretas dançando nas palavras enquanto penso no Lobo me lambendo, no jeito que eu deixei ele ficar, no desejo que eu não sei como parar.
O Dr. Mauro assente devagar, o olhar calmo mas atento enquanto volta a escrever, o som da caneta me acalmando e me assustando ao mesmo tempo.
— Um calor, hein? Talvez seja o afeto, Beatriz. Cachorros trazem isso, um apego que pode ser intenso. Tu já pensou em como esse calor te afeta? O que tu faz com ele? — pergunta, o tom curioso, e eu sinto o rosto queimar, o short apertando de leve enquanto me mexo na poltrona, o corpo reagindo só de lembrar.
— Eu… eu deixo ele ficar, doutor. Deixo ele comigo, pertinho, e às vezes eu me pego querendo mais, sabe? Querendo sentir ele de um jeito que eu não imaginava antes. É como se ele me conhecesse mais do que eu mesma — falo, o tom fofo, os olhos caindo pro chão enquanto penso no Lobo no sofá, no focinho dele tão perto, no jeito que eu tremi sob o toque dele.
Ele sorri de leve, o olhar suavizando enquanto bate a caneta no bloco, o som ecoando no consultório.
— Isso é progresso, Beatriz. Tu tá se abrindo pra ele, deixando ele entrar na tua vida. Esse ‘querer mais’ pode ser teu jeito de se conectar, de vencer o medo de vez. Continua assim, vê aonde isso te leva — diz, o tom quente, e eu assinto, o coração acelerado enquanto penso no “aonde isso te leva”, no fio que eu tô puxando com Lobo, no que eu quero que aconteça na próxima noite que eu ficar sozinha com ele.
— Tá bom, doutor. Vou continuar… me aproximando dele — falo, o tom suave, o rosto quente enquanto me levanto, o short roçando as coxas enquanto pego a bolsa, o peso das indiretas me seguindo enquanto saio do consultório, o cheiro de café ficando pra trás, o pensamento do Lobo me esperando em casa me queimando por dentro, me puxando pra ele de um jeito que eu não quero mais parar.
O Blog Roxo
O sol já tá baixo quando eu chego no apartamento, o portão enferrujado rangendo enquanto subo as escadas, o short jeans apertando as coxas, a bolsa batendo no quadril a cada degrau. A conversa com o Dr. Mauro ainda gira na minha cabeça, as indiretas que eu joguei, o “continua assim” dele me empurrando pra um lugar que eu não sei se quero correr ou abraçar. O calor que eu falei pra ele, o jeito que o Lobo me mexe, tá mais forte agora, pulsando no peito enquanto giro a chave na fechadura, o barulho da tranca ecoando no corredor vazio.
Lobo tá me esperando, o rabo balançando rápido assim que eu abro a porta, o pelo preto e branco brilhando na luz da sala, os olhos castanhos me encarando com aquele brilho que me deixa sem ar. Ele corre até mim, o focinho úmido roçando minha mão enquanto eu me abaixo, os dedos afundando no pelo macio da cabeça dele, o calor dele me queimando devagar.
— Oi, meu Lobo. Sentiu saudade, hein? — falo, o tom fofo, rindo baixo enquanto ele lambe meus dedos, a língua quente me arrepiando inteira, o pensamento daquela noite no sofá voltando com força, o focinho dele na minha coxa, o desejo que eu não consegui apagar.
Eu jogo a bolsa no canto, o short jeans caindo um pouco enquanto me sento no sofá, o tecido rasgado roçando minha pele enquanto pego o celular na mesa de centro, o ventilador zumbindo no canto, o ar quente girando pela sala. Lobo sobe no sofá ao meu lado, o peso dele afundando o assento, a cabeça pesada caindo na minha coxa como se soubesse que eu gosto, o focinho roçando o short de novo, tão perto que eu sinto o calor subir entre as pernas, o pulsar voltando mais forte.
— Tu é danado, sabia? — murmuro, o tom baixo, os dedos traçando as orelhas caídas dele enquanto abro o navegador no celular, o brilho da tela iluminando meu rosto.
Eu não sei o que me leva a procurar. Talvez seja o calor, o jeito que ele me olha, o conselho do Dr. Mauro ecoando na minha cabeça. Digito devagar, as mãos tremendo de leve enquanto as palavras aparecem na barra de busca: “mulher e cachorro relação”. O Google carrega rápido, os resultados enchendo a tela, e eu engulo em seco, o coração acelerando enquanto clico num link que chama minha atenção — um blog com letras roxas num fundo preto, o título gritando: “Guia para Mulheres: Amor e Intimidade com Seu Cachorro”.
O site abre, e eu sinto o rosto queimar, o short apertando mais enquanto leio, os olhos correndo pelas palavras, o Lobo quieto ao meu lado, o focinho quente na minha coxa me distraindo enquanto tento focar. O texto começa leve, falando de amor entre humanos e animais, de confiança, de vínculo, mas logo desce pra algo mais — dicas práticas, detalhadas, coisas que eu nunca imaginei, mas que me pegam desprevenida, me fazem corar e apertar as pernas com mais força.
“Primeiro, construa confiança”, diz o blog. “Deixe ele te cheirar, te conhecer, crie um momento só de vocês. Cachorros são curiosos, eles vão te explorar se você deixar.” Eu olho pro Lobo, o focinho dele tão perto do short, o jeito que ele me lambeu naquela noite, e sinto o calor subir pelo corpo, o short molhado de leve só de lembrar.
“Use roupas leves, nada que o assuste”, continua o texto. “Deixe ele se sentir confortável, toque ele devagar, mostre que você quer ele perto.” Eu penso no short curto que eu uso agora, na camiseta larga que eu visto pra dormir, no jeito que ele sobe no sofá comigo, e mordo o lábio, os dedos tremendo enquanto deslizo a mão pelo pescoço dele, o pelo macio me queimando.
O blog vai mais fundo, falando de carícias, de como deixar ele te tocar, de posições que eu nem sei como imaginar ainda, e eu paro de ler por um segundo, o ar saindo pesado enquanto olho pro Lobo, os olhos castanhos dele me encarando como se soubesse o que eu tô pensando.
— Tu ia gostar disso, né? — sussurro, o tom fofo mas provocador, os dedos descendo pra barriga dele, o pelo mais curto ali me fazendo sentir o calor da pele dele, o corpo dele se mexendo de leve contra o meu, o rabo balançando mais rápido.
Eu volto pro celular, o blog agora falando de cuidados, de paciência, de como “deixar ele te guiar quando ele quiser mais”, e eu sinto o pulsar entre as pernas crescer, o pensamento de colocar isso em prática me queimando por dentro, me deixando curiosa, nervosa, louca pra tentar. Imagino ele me cheirando mais, a língua dele subindo mais alto, o peso dele contra mim de um jeito que eu nunca senti, e gemo baixo, o som escapando sem querer enquanto fecho os olhos, o short molhado agora, o calor me dominando.
— Beatriz, o que tu tá fazendo? — falo pra mim mesma, o tom trêmulo, rindo baixo enquanto olho pro Lobo, o focinho dele roçando o cós do short, o calor úmido dele me acertando como naquela noite. Eu deslizo a mão pela barriga dele, os dedos tremendo enquanto penso nas dicas do blog, no “deixe ele te explorar”, no jeito que ele já tá tão perto, tão meu.
Eu me deito no sofá, o short subindo mais alto enquanto abro as pernas devagar, o tecido roçando minha pele enquanto Lobo se ajeita, o focinho descendo pro meio das minhas coxas, o cheiro dele me envolvendo enquanto ele cheira, a língua quente lambendo de leve, tão perto que eu sinto o ar sumir.
— Isso, Lobo, assim… — sussurro, o tom fofo, os dedos na cabeça dele enquanto deixo ele continuar, o calor dele me puxando mais fundo, os pensamentos do blog girando na minha cabeça, a curiosidade me levando pra um lugar que eu quero, que eu preciso descobrir com ele.
Eu não vou além, não hoje, mas o desejo tá aqui, mais forte que nunca, o blog me dando ideias, me mostrando um caminho que eu sei que vou seguir, com meu Lobo, meu cachorro da rua, meu amor que virou algo mais, algo que eu quero sentir por inteiro, devagar, do meu jeito.
A Noite que Eu Me Entreguei
A noite tá quente, o ventilador zumbindo no canto da sala enquanto eu me olho no espelho do banheiro, o short curto subindo nas coxas, a camiseta larga caindo no ombro, o cabelo castanho solto bagunçado como eu gosto. Faz três dias que eu achei aquele blog, três dias que as palavras dele — “deixe ele te explorar”, “mostre que você quer ele” — giram na minha cabeça, me queimam por dentro toda vez que eu olho pro Lobo, o focinho dele na minha coxa, os olhos castanhos me chamando pra algo que eu não consigo mais ignorar. Hoje eu decido, o coração batendo rápido enquanto respiro fundo, o calor entre as pernas me empurrando pra sala, pro meu Lobo, pro que eu sei que quero fazer.
Ele tá deitado no tapete, o pelo preto e branco brilhando na luz fraca da lâmpada, o rabo balançando devagar enquanto me vê chegar, os olhos castanhos levantando pra mim com aquele brilho que me deixa sem ar. Eu me abaixo ao lado dele, os joelhos no chão enquanto passo a mão na cabeça dele, os dedos afundando no pelo macio, o calor dele me queimando devagar.
— Oi, meu Lobo. Tu tá pronto pra mim hoje, né? — falo, o tom fofo, rindo baixo enquanto ele lambe minha mão, a língua quente me arrepiando inteira, o desejo que eu segurei por tanto tempo subindo com força.
Eu me sento no chão, o tapete áspero roçando minha bunda enquanto abro as pernas devagar, o short subindo alto, o tecido apertando minha buceta já molhada só de pensar no que vem pela frente. Lobo se mexe, o corpo magro mas forte se aproximando enquanto cheira, o focinho úmido roçando a parte interna da minha coxa, tão perto que eu gemo baixo, o som escapando sem querer.
— Isso, meu amor, vem pra mim — sussurro, o tom doce, os dedos tremendo enquanto puxo o short pro lado, o tecido cedendo pra mostrar minha buceta pra ele, o calor pulsando enquanto ele lambe, a língua quente e áspera me acertando em cheio, me fazendo tremer inteira.
— Caralho, Lobo, tu é tão bom — falo, o tom rouco, jogando a cabeça pra trás enquanto ele lambe mais fundo, a língua dele deslizando pela minha buceta, chupando meu clitóris com uma fome que me deixa louca. Eu abro mais as pernas, os joelhos no tapete enquanto agarro o pelo dele, os dedos afundando na nuca dele, puxando ele pra mim como se eu pudesse fundir ele comigo. Ele geme baixo, um som rouco que vibra contra minha pele, o rabo balançando rápido enquanto me chupa, o focinho úmido enterrado na minha buceta, o calor dele me levando pro limite.
Eu gozo rápido, o prazer me acertando como um soco enquanto tremo no chão, a buceta pulsando na boca dele, o grito abafado escapando enquanto olho pra ele, os olhos castanhos me encarando com um fogo que eu amo.
— Meu Lobo safado, tu me fez gozar tão gostoso — falo, o tom fofo, rindo baixo enquanto ele lambe os beiços, o focinho brilhando com meu mel enquanto se levanta, o pau dele aparecendo entre as pernas, vermelho e duro, pulsando como se soubesse o que eu quero agora.
Eu me viro, o coração na garganta enquanto fico de quatro no tapete, o short caindo no chão, a camiseta subindo pras costas enquanto empino a bunda pra ele, a buceta exposta, molhada, pronta.
— Vem, meu amor, me fode — sussurro, o tom doce, olhando pra trás enquanto ele sobe em mim, as patas dianteiras nos meus quadris, o peso dele me prendendo no chão enquanto sinto o pau dele roçar minha buceta, quente e grosso, me fazendo gemer antes mesmo de entrar.
Ele empurra devagar, o pau dele me abrindo enquanto eu gemo alto, o tapete áspero queimando meus joelhos, o calor dele me preenchendo inteira.
— Isso, Lobo, me fode gostoso, meu cachorro lindo — falo, o tom rouco, as mãos agarrando o tapete enquanto ele acelera, o pau dele batendo fundo na minha buceta, o som molhado enchendo a sala, o rabo dele balançando enquanto me monta, me faz dele de um jeito que eu nunca imaginei.
— Tu é tão grande, caralho, me rasga assim — gemo, o tom fofo e sujo, o prazer subindo de novo enquanto ele fode mais forte, as patas cravando na minha cintura, o pelo dele roçando minhas costas, o calor dele me dominando. Eu gozo de novo, a buceta apertando o pau dele enquanto tremo embaixo dele, o grito escapando alto, o corpo mole no chão enquanto ele continua, o ritmo dele firme, selvagem, me levando pro chão como uma cadela submissa dele.
Ele goza dentro de mim, o calor grosso me enchendo enquanto ele geme rouco, o pau dele pulsando na minha buceta, o peso dele caindo em cima de mim, me prendendo no tapete. Eu respiro pesado, o suor escorrendo pelo rosto enquanto sinto ele escorrer de mim, o pau dele saindo devagar, o calor molhado pingando no chão enquanto ele se deita ao meu lado, o focinho no meu pescoço, a língua lambendo meu rosto com um carinho que me derrete.
— Meu Lobo, tu é perfeito, sabia? — falo, o tom fofo, rindo baixo enquanto me viro pra ele, o corpo dolorido mas leve, os braços envolvendo o pescoço dele enquanto me aconchego contra ele, o pelo macio me aquecendo. Ele lambe meu nariz, os olhos castanhos me encarando com amor, o rabo balançando devagar enquanto ficamos ali, no chão, como um casal, eu submissa a ele, a cadela dele, entregue de um jeito que eu nunca fui pra ninguém.
Eu passo a mão na barriga dele, o calor dele me acalmando enquanto respiro o cheiro dele — ração, pelo molhado, sexo —, o coração batendo calmo agora, o amor que eu sinto por ele misturado com o desejo que eu finalmente deixei sair.
— Tu é meu dono agora, hein, Lobo? Minha rua, meu amor, meu tudo — sussurro, o ton doce, beijando o focinho dele enquanto ele se aninha contra mim, o peso dele no meu peito, o chão duro nos segurando como se fôssemos um só, uma cadela e seu cachorro, juntos no calor da noite que eu nunca vou esquecer.
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